segunda-feira, 18 de julho de 2011

Minha Filosofia - Sou humanista?


Considero os conceitos centrais da moral humanista importantes e belíssimos. Acredito que para habitarmos um mundo mais harmônico e coerente é preciso respeitar os direitos humanos, uma vez que todos somos seres de dignidade e que merecemos assim ser considerados. Acredito que nenhum homem é pleno se não for autônomo e somente consegue sê-lo se houver dignidade. Havendo autonomia, há liberdade. Liberdade para ser e fazer o que lhe convier, para se auto-determinar, ditar suas próprias leis dentro de suas limitações circunstanciais e com a responsabilidade de preservar a si mesmo e preservar o outro. Um homem, então, apenas se auto-realiza se sua autonomia prevalecer, se conseguir exercer a sua liberdade com responsabilidade e tudo isso acontece havendo a garantia dos seus direitos humanos.

Creio em tudo isso. Mas também creio que se a humanidade vive a desilusão de uma utopia, de um sonho que não se concretizou, eu compartilho em muitos momentos dessa desilusão. Talvez por minhas experiências pessoais, continuo a crer no poder das relações consumistas e em sua força corrosiva. Sinto-me perdida numa causa que, em muitos lugares onde me encontro, tenho a impressão de que ela seja somente minha. Acredito nos conceitos centrais da moral humanista como aqueles que norteiam a minha conduta e que, muitas vezes reverberam naqueles que me são próximos. Mas não ecoam em todos os que me cercam.

Acredito no homem como um ser pleno em potencial, capaz de desenvolver ilimitadamente. No entanto, não acredito que todos os homens vejam a si mesmos como seres de infinitas possibilidades e acredito que o sistema de relações consumistas abafe sua percepção para essa condição. Fica então um questionamento incessante sobre como devo ser uma facilitadora na emergência dessa consciência de liberdade, dignidade e responsabilidade, não apenas àqueles que chegam ao meu consultório ou que perpassam minha vida profissional, mas também àqueles que cruzam meus caminhos pessoais e íntimos.

Confio na capacidade do homem de respeitar a liberdade do outro, à medida que reconhece sua própria liberdade. Contudo, delinear essa liberdade é para mim um desafio constante. Compreender minhas limitações me exige um exercício cotidiano e uma reflexão infindável. Tendo a subestimar os limites da minha liberdade e por isso mesmo, muitas vezes supervalorizo os limites da liberdade do outro.

Compreendo-me como uma pessoa muito racional, e esse excesso de racionalidade me leva a justificar muitas de minhas experiências, me impedindo de vivê-las plenamente. Entendo que meus limites hoje estão, assim, muito mais relacionados às minhas barreiras interiores do que às possibilidades das minhas circunstâncias. Atualmente, na minha busca de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, viso romper algumas das minhas limitações tão íntimas e perder o receio de me entregar aos sentimentos.

A auto-realização se constitui em viver plenamente a liberdade, a responsabilidade, a autonomia e a dignidade que fundamenta os direitos humanos, e, a partir disto, encontrar um sentido para a existência. Por que estou aqui? Por que vivo? Para que vivo? O que significa ser homem? O sentido de cada qual não é imutável. Ele está para as mudanças que se fizerem ao homem, que por sua vez abre-se à possibilidade de auto-transformação. Penso que hoje o sentido da minha existência está em possibilitar aos outros encontrar o sentido de sua própria existência.

Ainda que eu veja a beleza da flexibilidade humana de se mudar o sentido da vida, esse fato me deixa insegura e me faz questionar, então, se o sentido da minha existência é de fato um sentido. O que, por sua vez, me faz notar minha compreensão do sentido como uma idéia de conclusão: apenas saberei o meu real sentido, quando minha vida estiver por se encerrar. Ao mesmo tempo, me confronto ao acreditar que posso, então, morrer sem saber o meu verdadeiro sentido. Posso mesmo me auto-realizar?

Acredito que hoje eu me auto-realizo. Mas posso me auto-realizar ainda mais? Se posso, significa que minha auto-realização hoje não é legítima?

Existem reflexões que libertam e existem reflexões que fazem doer. Creio que as minhas reflexões atuais mais fazem doer do que libertam.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

PARA O HOMEM QUE EU AMO...


"Eu não te amo por que preciso de você.
Eu te amo por que te quero.
E eu te quero por que quando eu estou com você eu não me sinto completa.
Eu te quero por que com você me sinto acrescida!
Eu te amo por que com você não sou melhor, sou maior. 
Eu te amo por que com você, somos muito mais do que dois.
Eu não te amo por que você atende as minhas expectativas.
Eu te amo por que eu gosto que você me surpreenda.
Eu te amo por que você não faz esforços para ser quem eu gosto, você também é quem eu não gosto.
Eu te amo por que quando você é quem eu desgosto eu sinto que amo uma pessoa e não uma idéia.
Eu te amo por que você não é meu e eu não sou sua.
Eu te amo por que posso ir embora.
Eu te amo por que você não me pede explicação, você me aceita.
Eu te amo por que sem você permaneço eu mesma.
Eu não te amo por que você me ama.
Eu te amo por que te amar foi a melhor escolha que eu já fiz.
Eu te amo por que você nunca me pediu que te amasse.
Mas me amou mesmo assim..."