Os olhos caídos
Na janela se apoiavam
O pensamento vívido
Com palavras que voavam
O som límpido
Nos ouvidos mortos
O coração partido
Como se tivesse ossos
A fumaça do mais saboroso cigarro
Levava ao vento
Os sentimentos amargos
Que a saudade tenta
Lágrimas secas
Lembranças frescas
Arrependimento lúcido
Amor físico
O que se busca
Não se sabe
Mas a tristeza que ofusca
É certa e abate
Esperança não é mais nome
O que se quer não interessa
De paixão se tem fome
Mas coração não se pesca
A angústia é certa
Não há consolo
A palavra não conserta
Não há remédio para o choro
Choro que engasga
Melancolia que sufoca
Entrega que não se paga
Nem com corpos e bocas
Morreu nos pedaços de papel
Sucumbiu na espera
Nem ao menos foi ao céu
Definhou na Terra.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
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